A CDU esteve na Quinta do Lavrado por mais e melhor habitação para todos!
- cdupenhadefranca
- 18 de set. de 2017
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Sob a gestão da Gebalis desde Outubro de 2001, e entre outros em situações semelhantes, encontramos o Bairro da Quinta do Lavrado. Situado na freguesia da Penha de França, entre a Picheleira e o Cemitério do Alto de S. João, este bairro encontra-se em total abandono por parte do executivo actual.
Tendo consciência das problemáticas associadas a este local e a quem nele reside, através de um contacto continuado no tempo com os mesmos, a CDU organizou uma tribuna pública no passado dia 17 de Julho, com a presença do primeiro candidato à Câmara Municipal de Lisboa, João Ferreira, e o primeiro candidato à presidência da Junta de Freguesia da Penha de França, Daniel Oliveira, de modo a conceder a todos que assim o desejassem o direito a dar o seu contributo, apontando aquilo que eram as suas expectativas quando para este bairro foram encaminhados e que rapidamente caíram por terra, restando apenas o descontentamento e revolta de anos a fio de abandono e incompreensão da inércia de todos os envolvidos e responsáveis pela manutenção e melhoria deste bairro.
Apesar da tímida desconfiança presenciada aquando da abertura da tribuna pública, ficou evidente que tanto havia para dizer. A CDU foi confrontada com realidades que infelizmente já tinha noção de constituírem uma realidade em bairros sobre a gestão da Gebalis, e contra os quais tem tentado lutar a nível da assembleia municipal, mas foi também confrontada com novas situações, algo que só é possível quando existe um trabalho activo na auscultação de todos os que nestes bairros municipais residem.
Desde a realidade da ETAR a céu aberto que, queixam-se estes residentes, culminam com a tentativa de isolamento da entrada de ar fétido dentro das suas casas durante as épocas mais quentes, à existência de um único autocarro que desce a este bairro, sendo claramente insuficiente, quer pela falta de frequência na sua passagem, quer pela sua inexistência a partir das 21h00.
Desde a realidade de não existir uma única loja onde possam adquirir os bens essenciais para o seu dia-a-dia, bem como terem de se deslocar cerca de 1Km para poderem acorrer a alguma farmácia em caso de necessidade, de dia com as limitações associadas à falta de transporte e de noite a pé, independentemente das condições climatéricas.
Desde a realidade de todos estes edifícios se apresentarem voltados para as traseiras da rua principal, de acessibilidade condicionada e reduzida, ao facto de ambas as estradas irem esbarrar em vias sem saída, colocando este bairro num vale sem qualquer saída que não a mesma que serve como entrada.
Fomos durante esta mesma tribuna pública convidados a ir visitar o interior de algumas destas casas, casas essas que haviam sofrido intervenções de melhoramentos recentemente e que tinham sido dadas como finalizadas nos dias anteriores. Dos soalhos podres, às paredes e tecto de contraplacado destruído, das janelas em risco iminente aos tectos e paredes pintados para esconder a humidade, foi possível ainda constatar que as avarias nos elevadores e restantes espaços comuns são também elas constantes e os anos passam sem que estas sejam corrigidas.
Neste bairro existe ainda um espaço comunitário, Espaço Nova Atitude, que assume como compromisso apoio aos residentes a nível social e diário, bem como de novos e velhos que dele queiram usufruir, no entanto, constatámos rapidamente queixas que este espaço se encontra muitas vezes encerrado dentro do horário de funcionamento, não existindo neste bairro alternativas ao mesmo, como espaços verdes ou mesmo parques infantis.
Num bairro com os prédios virados para o Cemitério do Alto de S. João e onde as frases mais ouvidas foram "mudar para aqui foi a pior coisa que fiz" e mesmo "mudei para pior”, a CDU compromete-se a assegurar uma adequada gestão do património nos bairros municipais, com envolvimento e responsabilização dos moradores e suas associações, estimulando as que existem e incentivando a formação de novas.